Escrevo através de palavras desconexadas o que flui na minha alma. Os meus pensamentos são o meu diário mais fiel e secreto. Ora rio de mim mesma, ora fico estática, absorta nas ideias que surgem assim do nada, à procura de apenas uma diminuta adesão. Falo por falar, mas tudo o que digo, sinto. Não entendo esta tenebrosa imaginação que nunca me pertenceu, mas que de mim se apodera. Hoje sorrio, ao contrário do que ontem fiz, mas amanhã talvez irei derramar lágrimas, como nunca o fizera outrora. Sim, sou eu... Continuo a ser eu! Mas cada vez mais afirmo isto em busca de um dia encontrar a minha verdadeira identidade. Mutante em vias de transitar para a perfeição; espírito puro e invencível a degradar-se ao longo das fases lunares. Não sei se evoluo, não sei se retrocedo. Sei apenas que a alguém afecto, embora também saiba que na verdade em ninguém deixei marcas. Sonho ser uma peça triunfante do vestuário de um invisível como eu. No entanto, os ornamentos esvoaçaram pela janela que se abriu de rompante como quem dança ao sabor do vento. E persisto em ser "eu", sem nome ou qualquer outro tipo de identidade. Só eu. Eu e mais uma réstia de pegadas imaginárias que dei no sótão que nunca existiu em minha casa. Moro bem no primeiro andar e sinto-me tão alta! Mas jamais alguém me viu... E assusta! É tão perturbante este estado natural de me descrever, sem nada saber sobre mim...
Vou assim continuando, dia após dia, a pesquisar o meu paradeiro...
Vera,ainda não sabes como vieste ao mundo; )
ResponderEliminarvê quem és quando não voas com a mente: )quando não tás a pensar a ir em nenhum lado,essa és tu.