Festa!
Há sempre festa dentro de mim! Em cada passo que dou, o ritmo de dança torna-se cada vez mais contagiante e original até que caio no meio de uma vasta camada de seres mais deslizantes que eu. Mas há sempre uma mão estendida para me levantar. Deambulo, ela também... Falo sem parar, sob o efeito da impostura que minha personalidade multipolar toma, mas a mão continua ali somente para me segurar...
Porque será que nunca permaneço no chão?
Sei que não sou perfeita, nem sequer melodiosa, mas dentro de mim há em todos os momentos uma parte do meu cérebro em festa. Tenho a certeza que um dia vou bailar sem dar um único tropeção. Pois a vida não tem de ter sempre aquele tom tão pardacento. Se não seríamos só uns chorões daltónicos. Nascemos para conseguir captar toda a gama de cores que a vida nos proporciona. Para observar a chuva a cair e logo a seguir o arco-íris nos ditar que o sol brilha bem lá no horizonte. E como sabe bem esta ideia de sabor pomposo!
O que ontem significou uma possível via para a felicidade, hoje guia-me até uma dança desconhecida e tão distinta da que insistia tão inocentemente em permanecer.
E como sabe bem toda esta festa!
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