Como é possível visão tão fatalista do mundo
Onde as chamas que por mim já penetraram abalam fundo
Toda esta cólera que trespassa sem ser visível
Um só rasto de contentamento no seu mais lato nível
Quando as janelas se abrem e o ar entra sufocantemente
Confundindo as manchas de sangue coagulado que tão pavorosamente
Cobriram o cobertor em que deitada franzia a testa e suspirava
"Já são cinco da matina" - dizia eu enquanto dominava
Estes pensamentos corroborados pelo relógio que insiste em remexer
Tantos momentos tenebrosos que me marcavam para prevalecer
O grito dominado pelo choro de quem se questiona
E refaz o castelo de cinzas que nunca desmorona
Nesta manhã que está para renascer por entre o brilho
Que a lua cheia transborda como a pólvora que corrói algo se outro "algo" quiser puxar o gatilho
De uma pistola na tentativa de revolucionar o que nunca foi ditatorial
E procura-se assim a paz usufruída no pós-colossal
Eu sei que não é queimando casas ou matando os fantasmas do domínio que o pavor vai acabar
Mas preciso que seja feito jus a toda a revolta que em mim entrou para ficar
Já não consigo ter o corpo relaxado e saber que em actividade é que se constroem civilizações
Se esta ideologia é assim tão verosímil, porque não param de aderir em massa a essas funestas orações
Que fazem meio mundo acreditar que algo transcendente está para vir
E assim se alimenta milhões que pensam que já tentaram de tudo para voltar a sorrir
Modo polifónico dos gemidos que consomem um pobre ser lunático e pensante à procura de saber
A resposta para todas as dúvidas existenciais que já se apoderam do meu ser
E porquê falarmos de Filosofia quando as interrogações sem resposta à vista angustiam quem luta pela verdade?
E se as leis matemáticas nos guiam com maior precisão à conquista da imunidade
Que necessitamos para resistir a toda esta agonia tal como se combatem vírus com vacinas
Para quê evitarmos ser nós mesmos com políticas menos falaciosas e continuarmos a olhar só lá para cima e calcar minas?
*Pearl_Jam_Black
quarta-feira, 28 de abril de 2010
domingo, 25 de abril de 2010
Tudo quanto sei...
Não consigo pensar em nada
Tudo quanto sei é tristeza
Escrevo numa lápide meu nome
Pois a morte dá-me calma, leveza
Fixo o meu olhar em frente
O que vai lá atrás não existiu
É um passado que não me pertence
É de alguém que não se mediu.
Porque a pensar sou o que fiz
E sonhando farei pior, certamente...
Melhor será parar nesta estação
Antes que meu coração fique dormente.
Anseio pelo dia da minha amnésia
Dia em que farei, e não mais lembrarei
Tempo em que vou ser sem me sentir
Vida "renascida" em que não sofrerei.
Tudo quanto sei é tristeza
Escrevo numa lápide meu nome
Pois a morte dá-me calma, leveza
Fixo o meu olhar em frente
O que vai lá atrás não existiu
É um passado que não me pertence
É de alguém que não se mediu.
Porque a pensar sou o que fiz
E sonhando farei pior, certamente...
Melhor será parar nesta estação
Antes que meu coração fique dormente.
Anseio pelo dia da minha amnésia
Dia em que farei, e não mais lembrarei
Tempo em que vou ser sem me sentir
Vida "renascida" em que não sofrerei.
Espero...
Sou um esboço de lágrimas pensativas
Capazes de ultrapassar a chuva lá fora
Quero sentir que sou masoquista
Preciso de achar um calmante aqui e agora.
Uma nuvem de mágoas, e muita dor
É o que resta em toda a minha essência.
É aquilo que me mantém em sintonia,
Com a realidade triste da minha vivência.
Sonho com o fim da trovoada,
Anseio pela chegada da Primavera.
Mas eu só capto esta árdua estação
E então, minha utópica alegria já era.
Ó chuva! Não molhes meu jardim...
Deixa todas as flores secarem
E que as pétalas mostrem muita cor
Se em minha casa vendavais passarem...
Capazes de ultrapassar a chuva lá fora
Quero sentir que sou masoquista
Preciso de achar um calmante aqui e agora.
Uma nuvem de mágoas, e muita dor
É o que resta em toda a minha essência.
É aquilo que me mantém em sintonia,
Com a realidade triste da minha vivência.
Sonho com o fim da trovoada,
Anseio pela chegada da Primavera.
Mas eu só capto esta árdua estação
E então, minha utópica alegria já era.
Ó chuva! Não molhes meu jardim...
Deixa todas as flores secarem
E que as pétalas mostrem muita cor
Se em minha casa vendavais passarem...
domingo, 18 de abril de 2010
Batalha(s)
E se me apanho a divagar em órbitas diametralmente inversas?
Nem queiras saber!
Facto é que já não me encontro no mundo que criei
"Aquele" feito de vidros duplos em que me encontrava comportada
E onde balas vindas de tropas inimigas faziam ricochete
Nada me atingia...
Quis ser heroína e combater finalmente sem escudos
Abri as portas espirituais e derrubei muros
Mas esqueci-me de afinar a mira e treinar as tácticas
Com espontaneidade ataco, mas não me defendo...
E surges num rompante tão malévolo
Invades meu território sem escrúpulos ou diplomacias
Simplesmente porque eu o permiti...
E agora dizes querer sair, e eu sei que queres...
Ora isto sem antes quebrares os restantes ossos que a nuvem do meu cadáver ainda possui
E em meus olhos insistes em penetrar como um mestre que contra-ataca com truques que paralisam e hipnose barata
Eis que compro o manual de auto-defesa e adquiro a espada sagrada
Desbotada de sangue e purificada com imunidade
Agora aniquilo teu rasto de perseguição e sadismo
Onde me propus inegavelmente a ser tua mártir
E deixo-te seguir rumo à cidade que consideras ser santa
Que te leva ao futuro e à felicidade inefável
E eu sorrio... pois sei que já não há mais motivos para derramar uma única semi-lágrima
Parte o teu corpo extasiado de raiva e já sem vida e eu volto a nascer para mais guerras que hão-de surgir...
Nem queiras saber!
Facto é que já não me encontro no mundo que criei
"Aquele" feito de vidros duplos em que me encontrava comportada
E onde balas vindas de tropas inimigas faziam ricochete
Nada me atingia...
Quis ser heroína e combater finalmente sem escudos
Abri as portas espirituais e derrubei muros
Mas esqueci-me de afinar a mira e treinar as tácticas
Com espontaneidade ataco, mas não me defendo...
E surges num rompante tão malévolo
Invades meu território sem escrúpulos ou diplomacias
Simplesmente porque eu o permiti...
E agora dizes querer sair, e eu sei que queres...
Ora isto sem antes quebrares os restantes ossos que a nuvem do meu cadáver ainda possui
E em meus olhos insistes em penetrar como um mestre que contra-ataca com truques que paralisam e hipnose barata
Eis que compro o manual de auto-defesa e adquiro a espada sagrada
Desbotada de sangue e purificada com imunidade
Agora aniquilo teu rasto de perseguição e sadismo
Onde me propus inegavelmente a ser tua mártir
E deixo-te seguir rumo à cidade que consideras ser santa
Que te leva ao futuro e à felicidade inefável
E eu sorrio... pois sei que já não há mais motivos para derramar uma única semi-lágrima
Parte o teu corpo extasiado de raiva e já sem vida e eu volto a nascer para mais guerras que hão-de surgir...
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Cidade deserta
É uma luz que se acende por entre peças
Tão estáticas quando gotas de água escorrem nessas
Estradas da vida onde só eu passo tão subtilmente
Navegando por becos não mais habitados por gente
Tornei-me um mutante em vias de se transformar
E fechando veemente os olhos começa a divagar
A ouvir as cascatas que tentam fugir deste vazio
Agora só as minhas lágrimas enchem o rio
De poluição e sofrimento que aparece assim do nada
Insistem em perturbar esta fantasia em que uma fada
Surge para tentar mudar o meu mundo virtual
No qual aparece mais uma luz para suspender este mal
Não, é apenas algo que me solicita uma informação
Um sinal vindo da minha parte como um ladrão
Que tenta possuir o pedaço terminal vindo de mim
Pressinto que a vida foi criada para ser assim
E nela os ricos ingerem a restante sabedoria
Que guia um mendigo a quebrar esta melancolia
E mijo na água simplesmente para a fazer crescer
Sei que dar um pouco de mim é tudo o que tenho a fazer
O líquido deste pequeno regato corre para o mar
Tão previsível a minha ideia submissa e vulgar
Entro agora num desvio onde há automóveis
Que passam a cem à hora sendo puramente imóveis
Pisca também uma nova luz, talvez uma novidade
Desiludo-me quando vejo que é uma demonstração de que me encontro nesta inútil cidade...
Tão estáticas quando gotas de água escorrem nessas
Estradas da vida onde só eu passo tão subtilmente
Navegando por becos não mais habitados por gente
Tornei-me um mutante em vias de se transformar
E fechando veemente os olhos começa a divagar
A ouvir as cascatas que tentam fugir deste vazio
Agora só as minhas lágrimas enchem o rio
De poluição e sofrimento que aparece assim do nada
Insistem em perturbar esta fantasia em que uma fada
Surge para tentar mudar o meu mundo virtual
No qual aparece mais uma luz para suspender este mal
Não, é apenas algo que me solicita uma informação
Um sinal vindo da minha parte como um ladrão
Que tenta possuir o pedaço terminal vindo de mim
Pressinto que a vida foi criada para ser assim
E nela os ricos ingerem a restante sabedoria
Que guia um mendigo a quebrar esta melancolia
E mijo na água simplesmente para a fazer crescer
Sei que dar um pouco de mim é tudo o que tenho a fazer
O líquido deste pequeno regato corre para o mar
Tão previsível a minha ideia submissa e vulgar
Entro agora num desvio onde há automóveis
Que passam a cem à hora sendo puramente imóveis
Pisca também uma nova luz, talvez uma novidade
Desiludo-me quando vejo que é uma demonstração de que me encontro nesta inútil cidade...
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