Não consigo escrever nada
Que me tire este fatal vazio
A noite surge tão encantada
Por ver cessar meu pensamento esguio.
Visto meu casaco de cetim encarnado
E parto para gritar na rua.
Solto os cabelos que acompanham este fado
Descubro que a lua é minha e não tua.
Peço para o vento parar de soprar
Saboreio o momento sem turbilhão
E é por tentar tantas vezes me alcançar
Que fico perdida no meio da escuridão.
Eis que surge por entre o meu rastilho
A luz que dita que caminharei para um novo dia
Sonho com o ano em que o mundo terá um filho
Que seja melhor que eu e capaz de estabelecer a harmonia.
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