Não me apetece dormir. Não sei porquê, mas não o faço. Estou envolta numa chaminé de fumo que me perturba. Mas fui eu que a quis. Fui eu que a construí. E este pesadelo corrobora-me por dentro, permanecendo com os olhos bem abertos para o sentir de forma mais realista. Sinto uma nuvem vitual na qual flutuo. Balanço, e são tonturas funestas estas que "abanam" os rastilhos de pensamentos ilusórios que ainda são meus. Não os quero; porém, nunca conseguirei apagá-los até que o juízo final os dê por findados. Vou enlouquecendo sem poder ver mérito alguma nisso. São aquelas lâminas que cortam sem estar afiadas. É o ricochete (sim, porque o tiro é lançado com tanta pressão!) da arma desprovida de balas. A mina que me faz explodir sem sequer a ter calcado. E eu aqui, sem nada, sem qualquer poder, totalmente petrificada... Mas não devia também conseguir um feito sem meios para o alcançar tal como os elementos enumerados o "fizeram"? Infelizmente nasci nesta hipnose constante, anestesiada por aquelas agulhas semelhantes ao tic-tac perturbador de um relógio banal com a capacidade de em segundos transformar o mundo. E porque o mundo sou eu... Aquele universo paralelo à universalidade, aquela terra sem chão que consigo pisar.
Era bom que tudo fosse assim! Era a heroína de um drama corroborador como é o dia em que estou a escrever. Estranho conseguir escrever... Caricato estar a reflectir sobre assuntos tão pouco elucidativos... E não páro! Sou feita de energia. Excessivamente eléctrica para "cuspir" algo que já estou a inventar. A crença de que me sinto angustiada sem motivo aparente. E porque há dias assim...
E meses... E anos... Só na eternidade alcançarei a glória. A irmandade do património que jamais construirei. Os templos imaginários de quem lutou para não ser ninguém em específico. E se isso é significado de força ou coragem? Nem respondo a esta interrogação aleatória e raramente retórica, pois não estou em condições para o fazer, como nunca estive. Até porque os problemas que levanto fogem à racionalidade que me fora incutida um dia pelos superiores. E porquê? Quando (se) me sentir em condições para o fazer, responderei de modo específico. Promessa a mim mesma de quem pouco cumpre.
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