Escrevo através de palavras desconexadas o que flui na minha alma. Os meus pensamentos são o meu diário mais fiel e secreto. Ora rio de mim mesma, ora fico estática, absorta nas ideias que surgem assim do nada, à procura de apenas uma diminuta adesão. Falo por falar, mas tudo o que digo, sinto. Não entendo esta tenebrosa imaginação que nunca me pertenceu, mas que de mim se apodera. Hoje sorrio, ao contrário do que ontem fiz, mas amanhã talvez irei derramar lágrimas, como nunca o fizera outrora. Sim, sou eu... Continuo a ser eu! Mas cada vez mais afirmo isto em busca de um dia encontrar a minha verdadeira identidade. Mutante em vias de transitar para a perfeição; espírito puro e invencível a degradar-se ao longo das fases lunares. Não sei se evoluo, não sei se retrocedo. Sei apenas que a alguém afecto, embora também saiba que na verdade em ninguém deixei marcas. Sonho ser uma peça triunfante do vestuário de um invisível como eu. No entanto, os ornamentos esvoaçaram pela janela que se abriu de rompante como quem dança ao sabor do vento. E persisto em ser "eu", sem nome ou qualquer outro tipo de identidade. Só eu. Eu e mais uma réstia de pegadas imaginárias que dei no sótão que nunca existiu em minha casa. Moro bem no primeiro andar e sinto-me tão alta! Mas jamais alguém me viu... E assusta! É tão perturbante este estado natural de me descrever, sem nada saber sobre mim...
Vou assim continuando, dia após dia, a pesquisar o meu paradeiro...
*Pearl_Jam_Black
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Procura sem fim
Às vezes paro, às vezes paro e corro
Sempre à espera daquele pedido de socorro
Que tanto procuro, mas nunca vem
Abro os olhos e vejo que sofro como ninguém
Aprendo que o oásis não está no deserto
Há que ver a realidade sempre num tom encoberto
É este sentimento interrogativo que me destrói
A cada momento que passa é uma lágrima que me corrói
Tudo se assemelha à gardénia que nasce do nada
Arbusto espinhoso que dá belas flores como de manada
E eu não quero confinar as coisas más da minha existência
Mas sim aprender a lidar de forma positiva com esta vivência
Porque a avidez nunca irá ter un fim
Ela está sempre presente em mim
Assim vou murmurando rastilhos de amargura
Até ao dia em que encontrar pedaços de ternura
Sorrisos, olhares, pensamentos, amplexos
Que permanecem escondidos em anexos
Dentro das palavras que não mais cessam
Até que toda a embolia as impeçam
De sair de um ser que só deseja ter consignatário
Treina dia após dia mais um gesto para seu inventário
Na esperança de obter uma resposta afável
Pois o silêncio será eternamente uma arma pouco dissociável
Sempre à espera daquele pedido de socorro
Que tanto procuro, mas nunca vem
Abro os olhos e vejo que sofro como ninguém
Aprendo que o oásis não está no deserto
Há que ver a realidade sempre num tom encoberto
É este sentimento interrogativo que me destrói
A cada momento que passa é uma lágrima que me corrói
Tudo se assemelha à gardénia que nasce do nada
Arbusto espinhoso que dá belas flores como de manada
E eu não quero confinar as coisas más da minha existência
Mas sim aprender a lidar de forma positiva com esta vivência
Porque a avidez nunca irá ter un fim
Ela está sempre presente em mim
Assim vou murmurando rastilhos de amargura
Até ao dia em que encontrar pedaços de ternura
Sorrisos, olhares, pensamentos, amplexos
Que permanecem escondidos em anexos
Dentro das palavras que não mais cessam
Até que toda a embolia as impeçam
De sair de um ser que só deseja ter consignatário
Treina dia após dia mais um gesto para seu inventário
Na esperança de obter uma resposta afável
Pois o silêncio será eternamente uma arma pouco dissociável
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Festa!
Festa!
Há sempre festa dentro de mim! Em cada passo que dou, o ritmo de dança torna-se cada vez mais contagiante e original até que caio no meio de uma vasta camada de seres mais deslizantes que eu. Mas há sempre uma mão estendida para me levantar. Deambulo, ela também... Falo sem parar, sob o efeito da impostura que minha personalidade multipolar toma, mas a mão continua ali somente para me segurar...
Porque será que nunca permaneço no chão?
Sei que não sou perfeita, nem sequer melodiosa, mas dentro de mim há em todos os momentos uma parte do meu cérebro em festa. Tenho a certeza que um dia vou bailar sem dar um único tropeção. Pois a vida não tem de ter sempre aquele tom tão pardacento. Se não seríamos só uns chorões daltónicos. Nascemos para conseguir captar toda a gama de cores que a vida nos proporciona. Para observar a chuva a cair e logo a seguir o arco-íris nos ditar que o sol brilha bem lá no horizonte. E como sabe bem esta ideia de sabor pomposo!
O que ontem significou uma possível via para a felicidade, hoje guia-me até uma dança desconhecida e tão distinta da que insistia tão inocentemente em permanecer.
E como sabe bem toda esta festa!
Há sempre festa dentro de mim! Em cada passo que dou, o ritmo de dança torna-se cada vez mais contagiante e original até que caio no meio de uma vasta camada de seres mais deslizantes que eu. Mas há sempre uma mão estendida para me levantar. Deambulo, ela também... Falo sem parar, sob o efeito da impostura que minha personalidade multipolar toma, mas a mão continua ali somente para me segurar...
Porque será que nunca permaneço no chão?
Sei que não sou perfeita, nem sequer melodiosa, mas dentro de mim há em todos os momentos uma parte do meu cérebro em festa. Tenho a certeza que um dia vou bailar sem dar um único tropeção. Pois a vida não tem de ter sempre aquele tom tão pardacento. Se não seríamos só uns chorões daltónicos. Nascemos para conseguir captar toda a gama de cores que a vida nos proporciona. Para observar a chuva a cair e logo a seguir o arco-íris nos ditar que o sol brilha bem lá no horizonte. E como sabe bem esta ideia de sabor pomposo!
O que ontem significou uma possível via para a felicidade, hoje guia-me até uma dança desconhecida e tão distinta da que insistia tão inocentemente em permanecer.
E como sabe bem toda esta festa!
Subscrever:
Comentários (Atom)